PEV reclama imposto
sobre grandes áreas de eucalipto

Valorizar o montado <br>de sobro

O Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» (PEV) apre­sentou, na se­gunda-feira, Dia Mun­dial da Flo­resta, um con­junto de ini­ci­a­tivas e me­didas para travar a ex­pansão do eu­ca­lipto e pro­mover uma flo­resta sus­ten­tável e di­ver­si­fi­cada, apoiada nas es­pé­cies au­tóc­tones.

Travar a eu­ca­lip­ti­zação do País assim como a sua de­ser­ti­fi­cação

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O PEV exige «um novo quadro le­gis­la­tivo para en­qua­drar a plan­tação de eu­ca­liptos e de ou­tras es­pé­cies exó­ticas em Por­tugal», que venha subs­ti­tuir o De­creto-Lei n.º 96/​2013, de 19 de Junho (ac­ções de ar­bo­ri­zação e re­a­bo­ri­zação), por forma a «pôr fim à li­be­ra­li­zação e ex­pansão da plan­tação destas es­pé­cies, cujo im­pacto am­bi­ental e so­cial sobre o ter­ri­tório é ex­tre­ma­mente no­civo».

Este foi, aliás, um dos com­pro­missos as­su­midos no quadro das con­ver­sa­ções tidas entre o PEV e o PS, com vista a uma so­lução po­lí­tica para a XIII Le­gis­la­tura, cujas pro­postas «Os Verdes» querem dis­cutir com as as­so­ci­a­ções e en­ti­dades in­te­res­sadas, pelo que vão pro­mover, no dia 14 de Abril, uma au­dição pú­blica par­la­mentar.

O PEV de­fende, de igual forma, a cri­ação de um im­posto sobre grandes áreas de eu­ca­lipto, cujo mon­tante venha a re­verter para um fundo de apoio à plan­tação de novas áreas de mon­tado de sobro e para ate­nuar o não re­torno eco­nó­mico destas plan­ta­ções du­rante os pri­meiros 30 anos. Esta me­dida, na pers­pec­tiva de «Os Verdes», pode con­tri­buir «como es­tí­mulo à plan­tação de mon­tado» e deve ser pri­o­ri­ta­ri­a­mente ca­na­li­zada para as pe­quenas e mé­dias pro­pri­e­dades.

Os eco­lo­gistas re­clamam ainda a «va­lo­ri­zação da cor­tiça como um re­curso en­dó­geno, eco­ló­gico, de grande po­ten­cial eco­nó­mico, so­cial e cul­tural». Neste sen­tido, o PEV vai pro­mover, no dia 14 de Maio, em Lisboa, um Fórum Eco­lo­gista sobre o ciclo da cor­tiça, com o lema «Do mon­tado até à nossa casa».

CNA as­si­nala Dia Mun­dial da Flo­resta
Ou­tras po­lí­ticas agro-flo­res­tais

Também a Con­fe­de­ração Na­ci­onal da Agri­cul­tura (CNA) as­si­nalou o Dia Mun­dial da Flo­resta. Em nota de im­prensa, a CNA lembra que a As­sem­bleia da Re­pú­blica (AR) aprovou, há 20 anos, por larga mai­oria, a Lei de Bases da Po­lí­tica Flo­restal. No en­tanto, muita da re­gu­la­men­tação da Lei n.º 33/​96, de 17 de Agosto, não passou à prá­tica, de­sig­na­da­mente os Planos Re­gi­o­nais de Or­de­na­mento Flo­restal e cor­res­pon­dentes Planos de Gestão Flo­restal. Faz falta também a im­ple­men­tação do Ca­dastro Flo­restal, «um ins­tru­mento in­dis­pen­sável», re­fere a Con­fe­de­ração.

No do­cu­mento en­viado às re­dac­ções no dia 21, a CNA la­menta que, so­bre­tudo nos úl­timos quatro anos, tenha sido «apro­vada toda uma “ba­teria” le­gis­la­tiva que con­verge para pôr em causa a flo­resta de uso múl­tiplo e, até, a pro­pri­e­dade pri­vada dos pe­quenos e mé­dios agri­cul­tores/​pro­du­tores flo­res­tais e a pro­pri­e­dade co­mu­ni­tária dos bal­dios».

«Tudo isto para pri­vi­le­giar a flo­resta in­dus­trial in­ten­siva (so­bre­tudo em mo­no­cul­turas de eu­ca­lipto) a mando das ce­lu­loses e das em­presas de aglo­me­rados, de que é ex­po­ente a “lei da eu­ca­lip­ti­zação” (da ar­bo­ri­zação e re­a­bo­ri­zação)», acusa a Con­fe­de­ração da Agri­cul­tura, que re­gista, com agrado, «a re­cente re­vo­gação, pela AR, da Re­gu­la­men­tação da nova Lei dos Bal­dios» que «atenta contra a pro­pri­e­dade co­mu­ni­tária dos ter­renos bal­dios». Os agri­cul­tores es­peram agora que, «em breve, sejam al­te­radas e/​ou re­vo­gadas, de entre outra le­gis­lação, a pró­pria Lei dos Bal­dios e a Lei da “eu­ca­lip­ti­zação».

A CNA de­fende ainda o au­mento do preço da ma­deira na pro­dução, que não pode con­ti­nuar nos 25 euros por to­ne­lada, mais apoios pú­blicos ca­pazes de es­ti­mular o in­ves­ti­mento pro­du­tivo na flo­resta de mi­ni­fúndio e verbas pú­blicas para pro­gramas mais efi­cazes de es­tudo e com­bate às pragas e do­enças da flo­resta, a co­meçar pelo com­bate ao ne­má­todo.




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